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A força da educação ambiental para um mundo mais sustentável

Atualizado: 16 de abr. de 2020

A forma como o ser humano vem utilizando os recursos naturais de maneira irresponsável tem gerado graves consequências para o meio ambiente. A utilização inconsequente da natureza vem debilitando os recursos hídricos, a fertilidade dos solos, a biodiversidade e agravando o aquecimento global.


Nunca foi tão necessário falar em modos de preservar o meio ambiente e buscar formas de garantir um desenvolvimento mais sustentável. Mas afinal, o que é desenvolvimento sustentável? De acordo com o conceito definido pela Organização das Nações Unidas (ONU), desenvolvimento sustentável é atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades. Trata-se, portanto, de um conceito que para ser alcançado depende de um planejamento e que mais pessoas reconheçam, compreenda e se envolva com essa causa.


Para isso acontecer é preciso criar uma consciência de preservação, e isso se dá principalmente pela educação ambiental, que tem por objetivo desenvolver um pensamento ecológico e fazer com que a população assuma atitudes que preservem o meio ambiente.


No Brasil, a educação ambiental tornou-se lei em abril de 1999 e está prevista na Lei n° 9.795/1999, onde em seu Art. 1 afirma: "Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.” De acordo com a Lei, a Educação Ambiental deve ser aplicada com caráter interdisciplinar, e sua abordagem deve ser integrada e continua.


Mas quando falamos em educação no Brasil vários aspectos precisam ser melhorados. Valorização dos professores, vagas em escolas, estruturas, tecnologia, currículo escolar, etc. Por isso, quando tratamos de educação ambiental na prática ainda encontramos muitos desafios. Porém, o processo de educação não é apenas aquele que aprendemos nas escolas, além dessa, podemos desenvolver a educação de maneira não formal e informal, e a educação ambiental pode ser aplicada nesses três meios. Cada um com sua particularidade, resultado e formas de avaliação, mas todas com o mesmo objetivo.


A prática da educação ambiental em sala de aula


A forma de educação ambiental que mais conhecemos é aquela realizada em sala de aula, a chamada educação formal. Para realizar essa conscientização existem diversas ferramentas. A professora do curso de Pedagogia de Universidade Estadual de Londrina (UEL) Andrea Haddad explica que para aplicar a educação ambiental não existe uma forma única, são diversas possibilidades. “Parto do entendimento que não existe uma receita única, ao contrário, existem muitas possibilidades, tudo depende do conhecimento e da criatividade do professor. Qualquer boa aula deve partir do entendimento do docente acerca do público que irá lecionar, domínio de conteúdo metodológico, objetivos bem definidos e planejamento prévio”, afirma a professora. Para ela, as escolas também precisam praticar ações ambientais e não ficar apenas em teoria, precisam demonstrar que estão todos juntos pensando em um futuro sustentável.


“Penso que é muito válido partir sempre da problematização do espaço vivido do estudante, no entendimento de que ações de cuidado com o planeta não são do outro, mas são suas e devem ser aplicadas no seu cotidiano”, relata a professora .

Mas também existem grandes dificuldades para o professor. Andrea aponta a falta de conhecimento teórico e metodológico por parte do professor, por conta da pouca carga horária que os cursos oferecem para esse tema e também a falta de regularidade da educação ambiental nas escolas, que muitas vezes não trazem uma discussão consistente sobre o conteúdo e os impactos no mundo. "As universidades e as escolas precisam assumir mais a responsabilidade de implementar ações sustentáveis e formadoras de cidadãos conscientes e ativos. Sem o domínio de conteúdo, sem ações concretas, sem uma regularidade e uma sistematização da educação ambiental nas instituições escolares não haverá grandes mudanças".


Trabalhando a educação ambiental fora das escolas


Na educação não formal, aquela que é praticada por organizações não governamentais (ONGs), grupos sociais, entidades filantrópicas, entre outras, também é possível trabalhar essa conscientização. Para conhecer um pouco como é possível aplicar a educação ambiental dentro desses espaços, vamos conhecer as atividades desenvolvidas dentro do Movimento Escoteiro.


Esse movimento foi criado em 1907, por Robert Baden Powell, na Inglaterra. O movimento é uma organização independente, apolítica e não governamental e hoje está presente em mais de 220 países, ultrapassando a marca dos 40 milhões de membros e conta com mais de sete milhões de adultos voluntários que apoiam as atividades em suas regiões. No Paraná o movimento já ultrapassa a marca de 11.000 associados. A proposta é trabalhar no desenvolvimento de crianças e jovens, por meio de um sistema de valores, que prioriza a honra, baseados na Promessa e na Lei escoteira, e através da prática, do trabalho em equipe e da vida ao ar livre, fazendo com que eles assumam seu próprio crescimento. E quando o assunto é meio ambiente, o movimento realiza diversas atividades com a proposta de conscientizar os participantes. Confira a entrevista realizada com integrantes do Grupo Escoteiro Harmonia Cambé no Paraná.




A aprendizagem por meio dos canais de comunicação


Outra forma de promover essa consciência é através de filmes, séries, livros, vídeos e diversas outras ferramentas que utilizamos para nos informar. Essa é conhecida como educação informal. Para conhecer como a educação ambiental pode ser trabalhada nesse sentindo, nós vamos conhecer um projeto desenvolvido pela Tatiane Soares, biotecnóloga e mestranda em Ciência e Tecnologia Ambiental, que criou o canal A Riqueza dos Resíduos, no Youtube. O canal debate questões voltadas à gestão, gerenciamento, tratamentos alternativos e leis nacionais e municipais voltadas para os resíduos sólidos. Tatiane conta qual foi o motivo de criar o canal.



Para a biotecnóloga, a internet é uma forma simples de disseminar a educação ambiental, pois está presente na vida de muitas pessoas e ajuda a propagar esta conscientização muito mais rápida. Para ela o futuro da educação ambiental realizado pela internet é promissor.


Outro projeto que também trabalha com o Youtube é o canal Biológica-mente, que é coordenado pela professora Andéa Martini Ribeiro Gonçalves, formada em Ciências Biológicas pela UEL, com ênfase na área de poluição aquática. A professora desenvolveu o projeto com alunos do ensino médio do Instituto Federal do Paraná, campus Ivaiporã (PR), no qual os alunos criam vídeos com desenhos feitos e narrados por eles mesmos sobre assuntos ambientais. A professora explica como funciona o projeto.



O foco dos vídeos é gerar material para que professores utilizem em salas de aulas para abordar sobre educação ambiental. “A gente sabe que a educação ambiental é uma prática que deveria acontecer em todas as disciplinas, em todos os níveis de educação, de uma forma continua, mas a nossa realidade é que os professores não tem formação para isso, então a ideia é facilitar para que esses professores tenham um material que expliquem alguns temas a respeito do meio ambiente”, comenta a professora.


Mesmo com todas essas boas ações sendo realizadas, a educação ambiental ainda precisa tomar novos espaços, novas diretrizes e ser uma forma de conscientização que está presente desde a educação infantil, pois só assim iremos ter uma sociedade consciente que suas ações transformam o meio ambiente e conseguiremos atingir o conceito de desenvolvimento sustentável.

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